Era uma vez uma cachorrinha abandonada.
Assim começa minha história. Fui abandonada pelos meus donos, estava perdida, faminta e muito carente. Até que uma humana me adotou. A casa onde fui morar era grande e já habitava nela alguns animais, uma poodle branca cheia de manias e frescuras e duas calopsitas. Havia também dois adultos a quem me afeiçoei imediatamente. Eles eram bondosos e muito carinhosos comigo, não tive dúvidas de que os amaria incondicionalmente, portanto, tratei logo de demonstrar meu agradecimento.
No início, tive muitos problemas com a poddle branca, que se chamava Julie, ela teve muito ciúme de mim e não gostava de me ver brincando, mas eu era muito alegre, além de agradecida por ter novamente uma lar. No fundo, eu entendia a Julie, ela nunca passou pelo que eu passei, sempre teve seus donos, comida, teto... Independente disso, eu gostava dela e tentava brincar com ela, algumas vezes fomos até boas amigas...
A casa estava sempre cheia de outros adultos... era uma festa quando eles chegavam. Eu pulava, corria, subia no sofá, me enroscava em suas pernas. Alguns brincavam comigo, outros apenas me acariciavam... E as crianças então... como eu me divertia!! Tive muita sorte por encontrar esse lar.
De todos do meu novo lar, havia um que era especial, o dono da casa. Eu tinha uma verdadeira adoração por ele pois ele
era muito brincalhão comigo. Onde ele estava, lá estava eu também. Se ele ia dormir, eu tinha que ficar deitada ao lado dele. Se ele estava no computador, eu tinha que deitar aos seus pés. Lembro-me uma vez que meu dono foi dormir e não queria que eu entrasse no quarto, então ele fechou um portãozinho para que eu ficasse do lado de fora do quarto. Fiquei tão triste que comecei a chorar. Nesse dia, a filha do dono estava usando o computador e eu ia até ela, chorava e voltava até a entrada do quarto, tentava pular o portãozinho e não conseguia, então voltava até a filha dele e chorava, chorava... depois de muito choro, ela entendeu o que eu queria e deixou-me entrar no quarto. Eu me aconcheguei ao lado do meu dono e adormeci tranquilamente.
Depois de algum tempo, não sei exatamente o quanto, eu adoeci. Minha dona fez tudo o que podia para me ver bem. Foram muitas idas ao veterinário. Com o tempo parei de andar e fui ficando muito fraquinha. Meus donos se abateram muito com meu estado. Ás vezes, passavam a noite acordados quando eu tinha convulsões. Jamais me esquecerei do que fizeram por mim. Não resisti a doença e faleci. Tenho certeza que alegrei muito esse lar e que nunca serei esquecida por esses humanos tão maravilhosos.
(história real)
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